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Depressão Infantil e COVID-19

Você sabia que depressão infantil existe e é facilmente confundida com tristeza? Sim, a depressão infantil existe e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o índice de crianças entre 6 e 12 anos diagnosticadas com a doença aumentou de 4,5% para 8% na última década.

Os sintomas aparentes nas crianças são, segundo o DSM – V, basicamente, os mesmos dos adultos, porém, vários autores destacam a relevância das características próprias da fase de desenvolvimento, que modelam as manifestações clínicas do transtorno, podendo até camuflá-las.

Como, no senso comum, há uma visão de que a infância é uma fase essencialmente feliz, comumente a depressão pode passar despercebida ou mesmo confundida como uma “fase difícil”. Isso faz com que, crianças com sinais e sintomas de depressão sejam punidas ou criticadas por seus comportamentos considerados como “inadequados” a essa fase do desenvolvimento. (Bahls, 2002)

Em uma avaliação clínica, o Psicólogo necessita ter como norte critérios estabelecidos nos manuais de referência, como o DSM – V, sendo observado ainda, quando a criança não consegue verbalizar seu estado emocional, podendo, potencialmente virar sintoma.

Ainda, a depressão infantil pode tornar-se clara principalmente por meio de conteúdos apresentados em Terapia, como fantasias, brincadeiras e jogos que, constantemente apresentam temas como: perda, destruição, ferimentos, frustração ou abandono, culpa, excesso de autocrítica e, até mesmo, morte. (Bahls, 2002).

Diante da situação atual em que estamos vivenciando, em Maio deste ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) observou a ascensão em número de casos de depressão infantil, emitindo um Guia para realização de cuidados para com a saúde mental durante a pandemia, sendo este dirigido à diferentes grupos, dentre eles, as crianças.

Observando a necessidade de cuidar dos pequenos, segue as dicas elaboradas pela OMS:

1. Ajude as crianças a expressarem, de forma positiva, seus medos e ansiedades. Cada criança tem sua própria maneira de fazê-lo.  Algumas vezes, a atividade criativa, jogos e desenhos podem ajudar. As crianças se sentem melhor e mais aliviadas quando podem comunicar os sentimentos num ambiente de apoio. 


2. Mantenha as crianças perto de seus pais e familiares caso seja seguro para elas. Evite a separação deles. Caso uma criança tenha que ser retirada de seus pais ou tutores, assegure-se de que ela será cuidada por outra fonte como assistentes sociais ou equivalentes e cheque a situação da criança regularmente. Ainda mais, certifique-se de que durante o tempo da separação o contato com os pais ou tutores seja feito duas vezes ao dia por chamadas de vídeo ou outra forma apropriada à idade da criança (por exemplo, mídia social dependendo da idade).


3. Mantenha as rotinas familiares sempre que possível e crie novas rotinas principalmente com as crianças em casa. Pense em atividades lúdicas e pedagógicas para fazer com elas. Sempre que possível, incentive as crianças a continuarem brincando e se sociabilizando com os outros, mesmo que somente na família por causa do distanciamento social no momento.

 

4. Em estresses e crises é normal para a criança buscar mais os pais e exigirem mais deles. Fale com seus filhos sobre o covid-19 de forma honesta e apropriada à idade deles.  Se eles tiverem preocupações, o fato de falar sobre elas pode ajudar a baixar a ansiedade das crianças. Elas observam os pais, as emoções no ar e tiram daí seus mecanismos para lidar com as próprias emoções da melhor forma nesses momentos difíceis.

Diante disso, pais e cuidadores, fiquem atentos aos sinais e, se necessário, busquem um profissional capacitado!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bahls, S. (2002). Aspectos clínicos da depressão em crianças e adolescentes. Jornal de Pediatria, 78,359-366.

American Psychiatric Association (2003). Manual de diagnóstico e estatística dos distúrbios mentais – DSM TRTM. 5 edição, Porto Alegre: Editora Artes Médicas.         [ Links ]

Organização Mundial de Saúde (OMS). (2020). Guia de Saúde Mental para pandemia. [Internet]. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2020/03/1707792

World Health Organization-WHO. Mental health action plan 2013-2020[Internet]. 2013[cited 2018 Apr 2]. Available from: http://www.who.int/mental_health/publications/action_plan/en/ [ Links ]

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