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4 meios para administrar as emoções de maneira inteligente

Deus nos criou seres emocionais, capazes de sentir uma diversidade de emoções dentro de nós. As emoções são as nossas reações, o que sentimos em nosso corpo, diante de situações. São essenciais na vida das pessoas, muitos dizem que elas dão cor à vida.

No entanto, às vezes as emoções parecem ser responsáveis por parte do sofrimento humano, quando de uma forma intensa e descontrolada somos tomados por sensações desagradáveis como tristeza, angústia, medo e ansiedade. Como consequência, temos dificuldade de raciocinar direito em determinadas situações, as decisões parecem difíceis de serem tomadas ou não se encaixam direito no contexto da vida. Enfim, podemos ter um impacto negativo bem grande na qualidade de vida.

 Precisamos aprender a lidar com nossas emoções, administrá-las para que não se intensifiquem excessivamente e usá-las de forma saudável usando todas as suas funções a nosso favor. A Bíblia diz em Romanos 12.2 que devemos nos transformar pela renovação da nossa mente para experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de DEUS. Esse é a grande chave para uma vida emocional saudável. Usar a nossa mente, a capacidade racional que Deus nos deu, a nossa inteligência para lidar com nossas emoções.

Vamos falar então de 4 meios de administrar as emoções de maneira inteligente.

1 – Entender que todas as emoções são importantes e tem uma função em nossa vida.

Já nascemos capazes de sentir várias emoções. Agradáveis de sentir ou desagradáveis, todas as emoções existem por uma razão. As emoções têm funções muito importantes no desenvolvimento humano. Pensa em um bebê que ainda não fala, ele só se expressa através das suas emoções. Mesmo assim é possível saber o que ele gosta, o que não gosta, o que quer e o que não quer e o que o faz sentir dor e o que dá prazer. Isso é a emoção na sua função de comunicação, que perdura na vida adulta tornando possível a conexão entre pessoas e fortalecendo o relacionamento interpessoal. Tem a função de promover a adaptação das pessoas ao ambiente em que está inserida. E também de proteção, quando, por exemplo, sentimos de longe o cheiro de um alimento estragado e o nojo não nos permite comer evitando doenças e contaminações.

– Conhecer as emoções que sentimos.

Alegria – É uma emoção que demonstra sensação de satisfação, prestígio, sentir valorizado, acolhido, aceito, adequado e adaptado. Ela funciona como um reforço para os relacionamentos a partir do momento que é uma forma de mostrar situações agradáveis e desejáveis para a pessoa que sente e para os outros. Outras maneiras que sentimos a alegria: Euforia, Felicidade, Empolgação, Contentamento, Orgulho e Entusiasmo.

Medo – Está relacionado a uma sensação de fragilidade, desproteção, se sentir em perigo, ameaçado, sem saída, inseguro e exposto. Essa emoção tem uma função de proteger a vida. Se anulasse mos completamente o medo, perderíamos a capacidade de perceber o que pode ou não ser perigoso. Como por exemplo, se aproximar de um animal selvagem sem receio algum. Ele nos impulsiona a fugir ou nos defender diante de alguma ameaça. No entanto, em excesso, o medo se torna um problema, podendo prejudicar a real percepção das situações e configurando transtornos de ansiedade, fobias, dentre outros.  Outras maneiras que sentimos o medo: Vergonha, Ansiedade, Preocupação, Ciúmes, Desespero, Insegurança, Terror, Angústia e Pavor.

Nojo – É uma emoção que diz que me sinto repugnado, enjoado, recusando algo ou alguma pessoa. Tem uma função de preservar a saúde, quando essas reações negativas nos impedem de entrar em contato com coisas e situações que apresenta, mau cheiro ou alguma aparência desagradável. É uma defesa que nos protege de doenças e contaminações. É o nojo que também nos provoca repulsa diante de pessoas e comportamentos inapropriados que desrespeitam regras sociais e valores pessoais. Outras maneiras que sentimos o nojo: Antipatia, Renúncia, Desgosto, Arrogância, Repúdio e Repulsa.

Raiva – Está relacionada a sensação de injustiça, desrespeito, sobre se sentir ofendido, violado, agredido e indignado. Essa emoção também tem uma função relacionada à proteção, mas no sentido de estabelecer limites em relação às pessoas que de alguma forma nos desrespeitam, extrapolam os limites e nos ameaçam. Quando demonstrada de uma forma equilibrada e assertiva, melhora a autoestima e a autonomia da pessoa, pois destaca e valoriza suas características pessoais. Outras formas de sentir a raiva: Irritação, Fúria, Inveja, Rancor, Inimizade, Ira e Ódio.

Tristeza – Está relacionado à sensação de perda (algo ou alguém), ser deixado de lado, desprestigiado, desvalorizado, incapaz, desprezado e não aceito pelas pessoas. A tristeza também tem a sua função. Com todas as suas expressões e sinais, ela comunica às pessoas uma necessidade de cuidados e atenção a quem está se sentindo triste. Também promove a reflexão sobre escolhas, comportamentos, sobre o modo de lidar com a vida, e desta forma, possibilita mudanças de atitudes. Em excesso, sabemos que o resultado é a depressão, mas a ausência de tristeza afeta a capacidade de refletir sobre si e consequentemente, de mudar e se adaptar. Outras maneiras de sentir a tristeza: Melancolia, Mágoa, Culpa, Cansaço, Infelicidade, Desmotivação, Preguiça, Frustração, Decepção, Abandono e Desamparo.

Surpresa – É uma reação diante de algo inesperado. Essa emoção pode apresentar sensações agradáveis ou desagradáveis de acordo com a situação inesperada em que ela aparece.

– Saber que não conseguimos controlar nossas emoções.

É importante entender que as emoções são reações do nosso corpo e que dificilmente vamos conseguir controlá-las. O que podemos e sim, devemos controlar, são as reações, os comportamentos que temos em consequência das emoções que sentimos. Na Bíblia diz, em Efésios 4:26, “Irai-vos e não pequeis”, onde deixa claro que o sentimento em si, não é pecado, e sim, como vai ser o comportamento diante dessa ira. Esse entendimento traz a oportunidade de perceber e aceitar a emoção, consequentemente, poder escolher entre alimentar essa ira com comportamentos e pensamentos de vingança, briga, agressão. Ou responder a essa emoção com atitudes assertivas que apaziguam a situação, diminuem a sensação da raiva, não permitindo que “se ponha o sol sobre a vossa ira”. E o mesmo acontece com todos os outros sentimentos que não são agradáveis como medo, ansiedade e tristeza. Eles vão sim aparecer em diversas situações da vida, são reações naturais do corpo. Tentar conter e reprimir as sensações pode fazer com que fiquem mais intensas. O foco de controle e mudança precisa ser nas atitudes, nos pensamentos, comportamentos e nas escolhas como reação a uma emoção.

– Diferenciar as emoções que você sente de quem você realmente é.

As emoções fazem parte da vida das pessoas, estão presentes no corpo e compõem a fisiologia humana. Porém quando uma emoção está muito ativada, presente de uma maneira muito intensa, ou muito frequente, há uma tendência da pessoa se perceber com o rótulo que essa emoção traz. Por exemplo, uma pessoa que está sentindo muito medo e insegura diante de um grande desafio na vida e a partir daquela experiência toma para si o rótulo de covarde. Muitas vezes a situação se resolve, de uma forma ou de outra, a emoção, com certeza passa e o rótulo fica. E isso não é nada saudável, não traz benefício algum. Pelo contrário, só dificulta o enfrentamento de situações futuras e potencializa a percepção da sensação de medo e insegurança em diferentes contextos. Uma pessoa não é mau por sentir raiva e nem fraco por sentir tristeza. As emoções são passageiras, elas não permanecem. Não deixe que as emoções que você sente defina quem você é. 

Lidar de uma forma assertiva com as emoções é cuidar da saúde emocional é investir na qualidade de vida. Passa ser uma necessidade diante de uma dor emocional ou de um transtorno psicológico que paralisa a vida. Mas antes de chegar a esse ponto, pode ser uma escolha inteligente, um estilo de vida que pode prevenir grandes danos emocionais e promover uma vida mais plena e saudável.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Caminha, Renato; & Caminha, Marina; Emocionário: Dicionário das Emoções; 80 p.; br.; Synopsis; Novo Hamburgo, RS; 2018.

Barros, Daniel M.; O Lado Bom do Lado Ruim: como a ciência ensina a usar a tristeza, o medo, a raiva e outras emoções negativas a seu favor. Rio de Janeiro: Sextante, 2020.

Leahy E, Tirch D, Napolitano L. Regulação Emocional em Psicoterapia. Sao Paulo (SP): Artmed, 2013.

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